Karl Marx, o incompreendido

 

Karl Marx, o incompreendido

- Seu legado, entretanto, norteia as nossas relações trabalhistas e sociais –


Por Paulo Portela -- Rio de Janeiro.

Nascido em Tréveris (Prússia), a vida do pequeno Karl foi bem atribulada. Seu avô (Marx Levy Mordechai), um importante rabino local, desejou que os homens nascidos na 3ª. geração, também se tornassem líderes religiosos. Um orgulho familiar.

O destino, entretanto, encarregou-se de pregar uma peça na história dos Marx, estabelecendo com que o provável e iminente rabino se transformasse no maior sociólogo dos tempos modernos.

Por determinação do governo prussiano, nenhum judeu poderia exercer cargos públicos nem funções jurídicas. Seu pai, Henrich Marx, formou-se advogado em 1814 e, para sustentar a sua família, tornou-se um cristão novo, protestante. Algum tempo depois, o menino Marx, com 6 anos de idade, seria batizado na igreja luterana: Evangelical Established Church.

Henrich educou seu filho nos ideais iluministas, tendo Kant e Voltaire como referências. Desta forma, Marx obteve uma visão clara das injustiças e desigualdades, diante de um crescente desejo de mudança social.

Pode parecer estranho mas, entre 1830 e 1835, os escritos de Marx revelaram um espírito cristão e verdadeira abnegação pessoal.

(Apesar de um adolescente bastante religiosos, no futuro, Marx se tornou conhecido como um crítico sagaz da religião devido à sentença clássica de que ela seria o ópio do povo. O que, segundo alguns analistas, prejudicou a disseminação das suas ideias em determinadas camadas da sociedade)

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Compreendamos que o séc. XIX foi um período de grandes transformações econômicas e políticas, mas também de enorme sofrimento para muitas pessoas, apesar dos avanços científicos e revoluções sociais.

Na Inglaterra de 1812, na região do Condado Kent, a população gastava 74,2% de toda a sua renda apenas em pão e farinha. 99,4% de tudo que se recebia era para sobrevivência.

Num cenário único como o apresentado, Karl Marx conseguia proezas acadêmicas apenas disponíveis aos bem nascidos. Ele ingressou nas Universidades de Bonn (ciências humanas) e na de Berlim (filosofia e direito). Sua defesa de doutorado deu-se em Jena (filosofia natural). Nada mal para um contexto de miserabilidade e ignorância onde, em Portugal à época, estima-se que 80% das pessoas eram analfabetas.

Uma sólida educação acadêmica aliada à prevalência da razão (luz) sobre as trevas (absolutismo monárquico) dos princípios iluministas, lhe trouxeram uma visão atemporal.

Ninguém duvida (nem seus destratores) que os estudos e debates políticos econômicos são divididos entre antes e depois dele.

De forma coloquial, podemos admitir que “pensar fora da caixinha” contrapondo-se às ideias vigentes, são privilégios dos loucos, dos incomuns e, às vezes... dos transformadores.

Segundo o Professor Roberto Bueno, PHD em Filosofia do Direito pela Universidade Federal do Paraná, as interpretações dos seus escritos influenciaram o nascimento de partidos políticos, a organização de sindicatos, a criação de legislações trabalhistas e o surgimento de novas correntes de pesquisa. Seu legado foi além; ele inspirou os modernos movimentos de defesa ecológica, sustentabilidade e uso consciente dos recursos oferecidos pelo planeta. Ele foi um dos primeiros a abordar a destruição dos recursos naturais em larga escala.

Temos motivos para não duvidar que, qualquer que seja o modelo político e econômico no futuro, nossos tetranetos discutirão Marx, tal qual, nesse momento o fazemos.

A AMIZADE INACREDITÁVEL

Gravura retratando Engels e Marx discutindo suas teorias


É impossível falar de Karl Marx sem mencionar Friedrich Engels.

Esses 2 jovens senhores alcançaram uma das mais nobres amizades humanas, a ponto de Engels assumir a paternidade de um filho ilegítimo de Marx (com a governanta Helene Dermuth), voltar a trabalhar com o seu pai (um rico industrial da área têxtil), apenas para sustentar o amigo na sua velhice, além de negar-se a assinar “O Capital”, na condição de co-autor, mesmo lhe sendo parceiro intelectual e o responsável por todos os rascunhos.

Juntos, escreveram o “Manifesto Comunista”, concluído em seis semanas. Ele foi concebido de forma a tornar os princípios comunistas acessíveis a todos. E é considerado um marco sociológico onde ideias ousadas são apresentadas ao mundo para felicidade, desagrado e raiva de muitos.

(Independente da inegável amizade, até a década de 1990 Engels foi acusado por diversos teóricos comunistas, de haver alterado textos de manuscritos de Marx modificando seus pensamentos; conduzindo ao “marxismo ideológico”, apreciado por Lênin.

Para melhor entendimento, Marx entendia que o idealismo residia apenas no plano ideal mas não seria capaz de concretizar uma modificação na sociedade. A pretensão do Marx era promover uma revolução social que subvertesse a ordem vigente de poder, da classe dominante para a classe dominada. Tal posição encontrava-se incorporado ao que ele denominou como Materialismo Histórico; entretanto, compreendia que o seus pensamentos poderiam ser adaptados, em função de circunstâncias temporais)

O MARXISMO

Para melhor entendimento, o socialismo havia surgido antes, no séc. XVIII, como forma de repensar o sistema vigente, neste caso, o capitalismo.

O primeiro estudioso a utilizar o termo socialismo foi Henri de Saint Simon (nascido em 1760), filósofo e economista francês.

Quando, anonimamente, Karl e Friedrich publicaram o “Manifesto Comunista” em fevereiro de1848, nele residiu o “Princípio do Socialismo Científico”. Por isso o socialismo científico, muitas vezes é conhecido pelo nome de Marxismo.




Em 1867 Marx publica o seu mais importante livro “O Capital”.

Faz-se importante compreender que as condições degradantes dos operários ingleses no início da 2ª. metade do séc. XIX (onde a Revolução Industrial já encontrava-se consolidada) foi uma enorme motivação para Marx haver escrito “O capital”.

Leandro Narloch (ex editor da Superinteressante) em seu livro: “Guia  Politicamente Incorreto da História do Mundo”, afirma que se Marx tivesse vivido mais 15 anos talvez não tivesse escrito “O Capital”. Isto por que as condições dos trabalhadores ingleses melhoraram enormemente após tal período, tanto em segurança quanto em ganhos.

Outros afirmam que Marx nunca esteve tão ‘vivo’ quanto agora, respaldando-se no processo pandêmico da Covid-19. Para estes, os lockdows  estabelecidos em vários países do mundo, mostraram que sem os trabalhadores o sistema capitalista encontra-se fadado à ruína absoluta. Daí a proposta de “isolamento total” encontrar enorme respaldo mais na corrente esquerdista que na direitista; além da formação de uma ala mais radical nesta última, denominada ‘negacionista’.

As redes sociais encontram-se inundadas de discussões polarizadas, onde, na visão dos dois lados, demorados lockdows,  podem conduzir a uma crise capitalista, ao comprometer os meios de produção.

Para o Jornalista Luís Felipe Silva, “o espírito de Marx pairou fortemente sobre o último século e continua a nos cercar. Sobretudo em crises como as de 1929 (mercado financeiro) e 2008 (mercado imobiliário norte americano). Seus ideais ganham força e colocam sob os holofotes os problemas do capitalismo, questionando a sustentabilidade do sistema...”.

Vários dirigentes nacionais, como o Presidente da França, Emmanuel Macron (liberal de direita) e a Primeira Ministra alemã Ângela Merkel (de centro direita), a contra gosto defendem os lockdows, o fazem apenas para que os sistemas de saúde não entrem em colapso. Para eles, a economia deve ser preservada, imediatamente a seguir.

OS CONCEITOS MARXISTAS

"A história da sociedade até aos nossos dias é a história da luta de classes"

 

Entre os 7 conceitos marxistas mais importantes, 2 merecem destaque por neles encontrar-se a essência para a denominada, e defendida, Luta de Classe:

. a Mais-valia (imaginemos um funcionário que demora 2 horas para fabricar um determinado produto capaz de pagar todo o seu trabalho. Entretanto, ele permanece mais tempo na fábrica produzindo mais e recebendo apenas pela produção do 1º.  Desta forma, a mais valia é o valor gerado pelo trabalho excedente); e

.  a Alienação (Um trabalhador ‘alienado’ produz algo que não pode comprar. Numa expressão; o homem se torna objeto enquanto a mercadoria se torna sujeito). Para Marx, a conscientização do trabalhador na condição de protagonista injustiçado na cadeia produtiva, tenderia a criar o processo revolucionário.

 (Entretanto, sabe-se que nenhuma revolução, na história, teve a participação popular, nem mesmo a Revolução Francesa, criada e executada pela burguesia ‘ïluminista”  para a derrubada da monarquia . As únicas exceções foram aquelas onde as nações ou os territórios de origem encontravam-se sobre domínio externo).

*Algumas empresas distribuem aos seus empregados o denominado PL (participação nos lucros) e muitas pagam por produtividade (além do salário) para minimizar os efeitos da “Mais Valia” e como uma forma de atender, minimamente, o conceito de não ‘alienação’. Seus críticos, entretanto, denominam tais posturas como oportunistas.

Marx pensava que o triunfo do proletariado faria surgir uma sociedade sem classes. Isto seria alcançado pela união da classe trabalhadora organizada em torno de um partido revolucionário.

Com Marx já falecido, em 1917 ocorre a Revolução Russa/Bolchevique, e o subsequente surgimento da União Soviética.

(O professor Roberto Bueno,Pinto,já citado, esclarece que “na URSS não havia um Estado composto a partir da força política popular, mas sim, uma estrutura piramidal em que o poder residia concentrado em seu vértice, não em sua base”. Tudo o que um dia Marx... não sonhou )


OS NEOMARXISTAS E AS MUDANÇAS DE RUMO, PELA VIA SUBLIMINAR


O físico teórico, Steven Hawking, autor de “Uma breve História do Tempo”, nascido em 1942, declarou que toda teoria é falsa porque uma outra sempre haveria de sobrepuja-la. No caso das teorias de Marx, a decisão foi de ‘complementá-las’, para adaptação aos novos tempos. Daí surgiu a corrente neomarxista da Escola de Frankfurt (teoria crítica) e, na Itália, as propostas de ‘rupturas culturais’ do filósofo Antônio Gramsci.

Coincidentemente formada por 100% de judeus, os estudos da Escola de Frankfurt ficaram conhecidos como “Teoria Crítica” e os seus debates buscavam a interação entre diversas áreas do conhecimento, como as sociologia, antropologia, filosofia, política, economia, literatura, psicologia e psicanálise.

Em seu artigo para a Revista Ler & Saber, Érica Aguiar ressalta o entendimento de Herbert Marcuse, um dos fundadores da Escola. Para ele, tanto a burguesia quanto o proletariado se tornaram defensores do status quo, pois o avanço da tecnologia tornou a vida mais confortável e o desejo pela mudança cessou.

(Ou seja; com os atores conhecidos e nas situações encontradas, não haveria revolução)

Herbert passou a questionar qual seria o ‘sujeito revolucionário’ a assumir esse papel. Como resposta, encontrou os grupos minoritários à margem da sociedade, e por ela ‘quase’ rejeitados. Seus escritos, então, influenciaram os movimentos estudantis de esquerda na década de 1960 e as recentes pesquisas de gênero, sexualidade e questões raciais. Além dos direitos ‘inalienáveis’ aos sem terra, sem teto e os encarcerados.

Um dos conceitos mais importantes fornecidos pela Escola de Frankfurt foi a da indústria cultural, criando padrões. Inesperadamente, tais padrões criados começaram a dar lucros (levando à dissidência de alguns teóricos discordantes, como Adorno e Horkheimer).

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Gramsci, por outro lado, foi o responsável por estudar os aspectos culturais da sociedade e elaborar o conceito de hegemonia.



Para Gramsci, o advento do socialismo sobre o capitalismo não mas passava pelo golpe, nem pelo confronto direto (a revolução bolchevique de Lenin não seria mais possível), apenas por  luta cultural contra os intelectuais da classe dominante, através da emersão de novos intelectuais, orgânicos para os trabalhadores. Apenas assim ocorreria a derrubada da estrutura ideológica do estado burguês moderno (educação, imprensa, igrejas, cultura popular).

Em suma, que o objeto da luta fosse contra a sociedade civil existente, por ser a fonte de dominação.


No Brasil, o seu mais importante adepto foi Paulo Freire. As ideias de teorias críticas e educacionais de Gramsci foram adaptadas e adotadas pelo pedagogo brasileiro. Para este, a educação tinha uma natureza política.

Uma de suas principais teses, a “pedagogia dos oprimidos”, significa o reconhecimento do direito da educação para as classes menos favorecidas, sendo uma luta política para a derrubada da ordem econômica vigente (entretanto, diverge da pedagogia marxista ao defender que o conteúdo deve ser baseado nas vivências dos alunos).

Hoje, tem sido bastante comum ouvir que existe uma “doutrinação cultural marxista”, onde até mesmo professores nas áreas de Ciências Humanas limitam bibliografias a alunos, de forma a ‘conduzi-los’ por determinado ‘caminho’ de compreensão política.

Uma importante vertente da direita, abertamente critica os militares brasileiros (incluindo o Vice Presidente Hamilton Mourão) por não haverem interferido nas escolas e universidades públicas; as quais, em sua opinião, sofreram e sofrem ‘degradações’ físicas e culturais, extremamente danosas à educação nacional.

Faculdade de direito da UFMG

Os adeptos desta corrente detestam Marx, mas o respeitam. Entretanto, verdadeiramente odeiam Antônio Gramsci.

Alguns teóricos esquerdistas, por sua vez, defendem que as liberdades dos indivíduos devem residir em todas as suas vertentes, incluindo a de cunho anárquico (: sem governo, sem religião, sem hierarquias...; apenas o princípio socialista, como defendido pelos “Black Blocs”)

Não à toa, Gramsci é tão elogiado pela esquerda intelectualizada. Há quem afirme ele haver superado o próprio Marx.

Exageros à parte, definitivamente ele sabia o que defendia.

AS SUBLIMINARIDADES DAS POSIÇÕES ESQUERDITAS E DIREITISTAS

No Brasil de hoje, algumas expressões têm o objetivo de ‘cativar’ adeptos, independente da realidade dos fatos. Apenas como exemplo pode ser citada a expressão: “todo criminoso é vítima da sociedade” (o contraponto da direita seria: “bandido bom é bandido morto”). Assim como: “as balas que matam inocentes nas comunidades pertencem à polícia, repressora” (tendo por contraponto: “nem sempre são culpados, mas agradeçam por estarem lá”).

Em um outro nível de análise, discute-se o fato de algumas ocorrências cotidianas, servirem a interesses ideológicos.

Hoje, com o conhecimento que possuímos da capacidade de inserção de “certezas” sobre o “psique coletivo”, é possível afirmar que nos tornamos reféns das informações recebidas.

Manchetes como: “foi assassinada por ser mulher, negra, gay e favelada”; representam, às vezes, enorme mentira de difícil modificação posterior, mesmo sob provas técnicas, legais, conduzindo à realidade do crime haver ocorrido por motivos diversos: pessoais, políticos ou por interesses/ conflitos patrimoniais. Aquela mesma pessoa poderia ser ‘condenada’ à morte caso fosse homem, branco, heterossexual e morador da Barra da Tijuca. Entretanto, nesse último caso, o ‘eco’ informacional no cérebro de quem o absorve, isenta-se de comoção. Carece de indignação. De auto culpabilidade histórica.

A direita também utiliza-se de tais recursos quando afirma haver uma “Nova Ordem Mundial”, de forma a tornar o mundo socialista, amedrontando pessoas. Assim como no passado “boatou” que os comunistas comiam criancinhas (até hoje tem pessoas, idosas, que acreditam em tamanha asneira, malévola).

 (A interpretação de que uma das partes é compreensível e humanista e a outra posiciona-se em total insensibilidade social, reside nas capacidades de envolvimento emocional, individuais e coletivas, decorrentes das estratégias ideológicas)

TER UMA IDEOLOGIA; UMA ESCOLHA PRÓPRIA?

Muitos acreditam que ser de esquerda ou de direita é fruto de opção pessoal. No entanto, estudos psicológicos e sociológicos vêm demonstrando que concepções existenciais normalmente são construídas por formação cultural (ou necessidade de sociabilização, pois raramente sobrevivemos em ‘ambientes inóspitos’). Assim, encontramos no Brasil determinados segmentos onde a esquerda impera como nas universidades, no meio artístico e no funcionalismo público. Em alguns outros países, o fenômeno é exatamente o oposto.

(similar a uma criança que aprendeu a professar a religião da mãe – como Marx talvez o fizesse – e torcer pelo time do pai)

Nesta ótica, técnica, tanto a esquerda quanto a direita defendem os mesmos princípios  de aculturação, por vias subliminares.

O “SER IDEOLOGICO, PURO”, EXISTE?

É perfeitamente concebível concluir que a figura do “ser ideológico, puro” é quase inexistente. A maioria das pessoas não são, em definitivo, de esquerda ou de direita. Os dois conceitos teóricos (e mesmo práticos), parecem se complementar em várias situações.

Encontramos aqueles angustiados pelas diferenças sociais mas que defendem a economia liberal. E outros que anseiam pela revolução do proletariado (por entendê-la justa), mas negam-e a abrir mão das benesses do capitalismo. Portanto nada de vinho californiano, charuto cubano e restaurante francês.

AS CRÍTICAS AO MODELO MARXISTA

O Professor de ética, na USP, Clóvis de Barros Filho, declarou que os maiores críticos de Marx são os mais assíduos leitores das suas obras. “Muitos acabam se tornando críticos ferrenhos, por perceberem o estabelecimento de um Estado totalitário, antidemocrático, que exerceria controle exagerado sobre a vida dos cidadãos”.

Para o Professor João Luís de Almeida, da UNIVAP, “há críticas ao fato de que o Estado socialista elege líderes e níveis de poder, tornando-se um ‘capitalismo de Estado’, devido à concentração de benefícios nas mãos de poucos”.

AS CRÍTICAS AOS ADEPTOS IDEOLÓGICOS

Nas reuniões da Internacional Socialista (independente de qual país ocorra), os presentes de antebraços erguidos e punho esquerdo fechado ao ar, euforicamente cantam seu hino, mas nunca o do país sede. A crítica reside no aparente simbolismo: “meu país é a minha ideologia”. Ou seja, a implantação do regime idealizado sobrepuja-se ao patriotismo à terra natalícia. Tal interpretação, entretanto, é negada pelos criticados, de forma veemente.

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Alguns marxistas, famosos por suas postagens (e lives) com centenas de milhares de visualizações, afirmam acreditar que a Revolução do Proletariado se iniciará com a população carcerária. E ainda são aplaudidos.

 Por outro lado, a direita também tem seus influencers, expoentes. Alguns deles publicamente defendem a tomada do STF e o fechamento do Congresso Nacional. E também são aplaudidos.

(Para usar de uma expressão da moda: os gados caminham na mesma estrada. Uns andam à direita e outros à esquerda da pista. Mumurrantes sob vias opostas, têm algo em comum e nem percebem; são irreflexíveis, cristalizados)

... PORÉM, E SE MARX PUDESSE FALAR, HOJE, O QUE ACHARIA?

Algo a refletir é como Marx, se vivo fosse, reagiria: à coleção de Rolls Royce de Lênin; à enorme fortuna da família do Sandinista, Daniel Ortega (maior da Nicarágua); às segregações prisionais de ‘companheiros’, por meras vaidades pessoais como fez Stálin (com Leon Trótsky) e Mao (com deng Xiaoping); ao poder ‘monárquico comunista’ na Coréia no Norte; aos 94 milhões de civis mortos nas URSS, China, Cuba e outros países revolucionários; entre outras aberrações possíveis no domínio do poder.

Talvez constrangimento. Talvez vergonha.

Definitivamente Karl Marx não pode ser culpabilizado por alguns do seus adeptos haverem sido tão ambiciosos e outros possuírem comportamentos psicopáticos. Afinal, tanto a ambição quanto a psicopatia pertencem aos homens. Em tese, jamais às ideologias.


Paulo Portela

CEO da Medikus Sistemas de Saúde e fundador do Base Social (apoio emocional a trabalhadores)

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“Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar a alma... E começa a aprender que beijo não são contratos e que presentes não são promessas...”

William Shakespeare

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Fontes consultáveis:

Revista Ler & Saber-ano 7, número 13 - 2018

https://fr.wikipedia.org/wiki/Antonio_Gramsci

https://www.google.com/search?rlz=1C1OKWM_pt-BRBR867BR867&q=Quel+est+le+but+du+communisme+%3F&sa=X&ved=2ahUKEwigio3d8KDuAhX-EVkFHRjrB4YQzmd6BAgHEAM&biw=1366&bih=657

https://www.todamateria.com.br/karl-marx/

https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/materialismo-historico.htm#:~:text=O%20materialismo%20hist%C3%B3rico%20%C3%A9%20uma,Friedrich%20Engels%20no%20s%C3%A9culo%20XIX.&text=Os%20soci%C3%B3logos%20tamb%C3%A9m%20entenderam%20que,era%20a%20ess%C3%AAncia%20da%20humanidade.

https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/materialismo-historico.htm

https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/ideologia-marxista.htm

https://www.google.com/search?q=revolu%C3%A7%C3%A3o+francesa+resumo&rlz=1C1OKWM_pt-BRBR867BR867&oq=revolu%C3%A7%C3%A3o+francesa&aqs=chrome.1.69i57j0j0i22i30j0i22i30i395l5.9310j1j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8

https://diariodopoder.com.br/uncategorized/o-rolls-royce-de-lenin

https://dialogosdosul.operamundi.uol.com.br/fsln/52153/daniel-ortega-traiu-a-revolucao-sandinista

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_revolu%C3%A7%C3%B5es

https://www.google.com/search?q=revolu%C3%A7%C3%A3o+francesa+resumo&rlz=1C1OKWM_pt-BRBR867BR867&oq=revolu%C3%A7%C3%A3o+francesa&aqs=chrome.1.69i57j0j0i22i30j0i22i30i395l5.9310j1j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8

https://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Goebbels#:~:text=Joseph%20Goebbels%20em%201942.&text=escutar%20(ajuda%C2%B7info)),Nazista%20entre%201933%20e%201945.

https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Livro_Negro_do_Comunismo#:~:text=os%20regimes%20comunistas%20tornaram%20o,20%20milh%C3%B5es%20na%20Uni%C3%A3o%20Sovi%C3%A9tica

https://www.google.com/search?q=o+que+%C3%A9+marxismo+ideol%C3%B3gico&rlz=1C1OKWM_pt-BRBR867BR867&oq=o+que+%C3%A9+marxismo+ideol%C3%B3gico&aqs=chrome..69i57j0i22i30l2.6541j1j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8

https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/marxismo.htm

https://www.politize.com.br/marxismo-cultural/

https://periodicos.ufsc.br/index.php/politica/article/view/2175-7984.2016v15n32p311/0

 


 


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