"Seres do Mundo. Seres da Vida"

"Seres do Mundo. Seres da Vida"

- e as idiotices como resultado da ignorância -



O bebê "ariano perfeito", eleito símbolo do nazismo; Hessy Taft  (hoje com 85 anos) era, na realidade... judeu

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Francis Galton, em 1883, criou a "eugenia/bem nascido". Uma pseudo ciência baseada no controle social através do processo reprodutivo.

Apesar de Mendel iniciar seus estudos sobre a hereditariedade em 1850, apenas em 1908 o termo "genética" foi cunhado pelo cientista William Bateson.

Vários intelectuais e políticos brasileiros, em meados do séc. XX,  expoentes em suas áreas, acreditavam que a 'eugenia' seria capaz de conduzir à evolução humana física e mental dos seus nacionais.

Não se pode afirmar que os antigos 'eugenistas' eram racistas, pois tal conceito em sua abrangência analítica, surgiu apenas em 1902, num artigo da revista francesa Revue Blanche.

Uma questão, entretanto, posiciona-se como conclusiva: a 'eugenia' foi basilar no futuro processo dito racista, em países como os Brasil e EUA, de alguma forma influenciando a política de pureza racial nazista, entre as décadas de 1930 e 1940 (conduzindo aos genocídios sistemáticos de judeus, homossexuais, eslavos e outras minorias).

Recentemente, participei de uma discussão acalorada no grupo de zap da família. O motivo foi uma notícia veiculada, informando que as obras de Monteiro Lobato seriam reeditadas (sob concordância, contratual, da sua bisneta, detentora dos direitos autorais).

A argumentação para as mudanças baseavam-se no fato de haver sinais de racismo nas obras do maior escritor infanto juvenil, brasileiro.

Alguns trechos das obras seriam suprimidos (e, claro, por necessidade interpretativa, outros tenderiam a ser acrescentados).

Duas visões antagônicas se apresentaram; a dos que concordavam com as reedições (para proteger as crianças do "germe racista") e a daqueles (como eu), acreditantes que numa sociedade civilizada, o direito à criação deveria ser preservado, inclusive como forma educadora e cultural.

Uma  outra questão discursiva residiu no fato das obras virem a estar disponíveis em 2 contextos: a original e a 'alterada'.

Os defensores das alterações viram como adequado (em função de preservar-se a verdade criativa), e a oponente aventar a inusitada situação de uma criança indagar:

" ...esta é a do racista Monteiro Lobato. Esta outra de quem é?".

Além disto, as reedições ocorreriam por interesses, visões e decisões privadas, não como política de estado em de acordo ao Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA.

A situação, portanto, era completamente diferente da proibição por, 70 anos, do livro "Mein Kampf"/Minha Luta, de Adolf Hitler.

Não há a necessidade de informar que estávamos sob  enorme "calor de exaltação"... respeitoso  entre os mais maduros (tios e pais) e os mais jovens (sobrinhos e filhos). Pessoalmente tive certo orgulho ao considerar que eu e os meus 3 primos diretos fomos a 1a. geração a adentrar numa universidade, portanto, antes, infelizmente discussões sob tamanhas abordagens analíticas tenderiam a residir no campo do improvável.

(A bem da verdade, Monteiro Lobato foi um "eugenista" inserido num momento, e talvez movimento, quase estrutural do Brasil burguês, à época. E sua 'voz' pela causa, uma das mais empolgadas, senão a maior. Portanto, as críticas são explicáveis e compreensíveis, no contexto justamente indignante em que vivemos)

Como é de praxe  em discussões polarizadas (independente do tema em pauta), o subliminar político e ideológico tende a nortear as suas essências, inexistindo concordância entre as partes. E, como sempre ocorre, o assunto encerrou-se sem quaisquer conclusões racionais, admissíveis. Mas todos felizes por expor seus pensamentos, de forma livre.

Por uma dessas coincidências da vida, logo após o debate em família, recebi um material sobre o Projeto Genoma, demonstrando que a diversidade racial absoluta é cientificamente desprezível para não dizer inexistente (não confundir com a diversidade genética). Seu objetivo foi sequenciar DNA's, identificando todos os genes humanos, de forma a, principalmente, conhecer riscos de desenvolvimento de patologias, permitindo o aconselhamento genético.

Porém, as descobertas realizadas pelo Projeto, também conduziram a uma delicada questão ética, ao demonstrar ser possível o "desenho de embriões"; reproduções humanas; e o aperfeiçoamento de características… assim como um dia desejou Galton, pela sua "eugenia" intuitiva (mais ou menos como a afirmar: “com devidas manipulações laboratoriais... podemos tudo, inclusive ser diferentes”).

Entretanto, o que importa a parte de questões éticas, foram as pesquisas complementares, reveladoras do quão naturalmente iguais somos, fruto de centenas de milhares de anos: determinadas tribos africanas possuíam genes europeus e comunidades escandinavas isoladas, 'guardavam' genes africanos; sob um interessante e reflexivo detalhe: os pesquisados africanos jamais conheceram homens brancos e as comunidades escandinavas apenas identificavam homens negros por conta dos filmes de Hollywood.

...Uma forma de ratificar as empolgantes palavras do geneticista brasileiro, Sérgio Pena:  "raças não existem. Trata-se de um conceito inventado".

Assim, por conclusões científicas, somos uno mas nos encontramos numa admirável e extraordinária diversificação genética (quiçá pela Graça Divina!), formadora do que somos, enquanto seres biológicos.

Definitivamente nossos ancestrais, além de andarilhos, adoravam uma suruba.

Paulo Portela

CEO da Medikus Sistemas de Saúde e fundador do Base Social (apoio emocional a trabalhadores)

        P. S. : se vc, leitor, ainda tem alguma dúvida, sugiro ver o vídeo abaixo

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